Primeiramente, é salutar que retiremos o ranço da palavra literatura, ou seja, é costumeiro sentir um peso, um desgosto quando essa palavra é dita. Em sala de aula então significa sacrifício, dificuldade, atividade que gera antipatia. Esse contágio de relação da palavra literatura com algo desagradável, para inúmeras pessoas, foi provocado pela escola. Exatamente pelo uso inadequado da literatura em sala de aula. Em muitas aulas, para ocupar espaço de tempo ocioso, professores exigiam a leitura de textos difíceis e longos, sem contextualizá-los nem comentá-los e chamavam esse momento, inadequadamente, de literário. Além disso, quantas obras de nossa literatura brasileira ficaram reduzidas a resumos de apostilas de cursos preparatórios para o vestibular? Resumos estes que acabam por substituir a leitura do livro original, quando mantemos contato com as exímias descrições e narrações de, por exemplo, José de Alencar, Machado de Assis, por um simples contato com o que alguém entendeu daquilo que leu e, em pouquíssimas palavras, resumiu a obra. Isso é o mesmo que aceitar só a resposta de problemas matemáticos, sem necessidade de saber como chegar ao resultado. De que adianta uma fórmula se não soubermos aplicá-la? Da mesma forma, para que livros se não pudermos lê-los, ou melhor, se não somos motivados a fazê-lo?
Nesse sentido, queremos dizer que literatura é texto; é o conjunto de trabalhos artísticos em prosa, em verso; são as histórias tradicionais contadas de forma oral e que se perpetuam por gerações.
É importante também que o professor seja um exemplo de leitor. Costumamos falar que os alunos não lêem, mas acreditamos que nós, professores, precisamos exercitar o hábito da leitura. Assim como necessitamos ousar e escrever. Não podemos ficar inertes lendo só o que os outros escrevem. É outro exemplo que precisamos dar aos nossos alunos. Cobramos redações, trabalhos escritos. Todavia, o que temos escrito para eles? Existem professores capazes de corrigir redação, atribuir nota, sem sequer fazer alusão ao parágrafo bem escrito ou então escrever uma palavra de incentivo ou então salientar o erro para que não mais se repita. Às vezes prefere copiar um enunciado de livro por já estar pronto a ter de elaborá-lo. Aí está o mal da literatura: não querer pensar! (Walison Glennos)
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